quarta-feira, 21 de julho de 2010

"Gostaram? Se não gostaram, não tem importância, porque na próxima semana vai ser a mesma coisa." por Maysa

Hoje mesmo fui questionada por uma amiga (Obrigada pela inspiração, Bia!): você adora figuras públicas polêmicas e controversas, não? A pauta da conversa era ninguém mais ninguém menos do que Miss Monroe. Estou lendo o livro Marilyn (a Monroe) e JFK (o Kennedy) que conta todos os podres dos dois famosões e da relação que mantinham (in)discretamente. Sempre me surpreendo pela maneira como as biografias de pessoas dissimuladas me fazem feliz.
Bom, mas o que quero dizer e ainda não disse é que ao me deparar com tal questionamento, logo pensei: Mas quem é que não as adora? Os grandes sucessos são verdadeiras catástrofes.
Estou confusa quanto ao tema desse post. Essa introdução deveria servir para direcionar o assunto do post a quem muito admiro: Maysa Matarazzo, ou melhor, Monjardim. Mas acredito que desta maneira, não o fiz bem.
Pelo que posso concluir de minha leitura, Marilyn era bem fútil e maluca. Não dava a mínima pra ninguém, mas dava o resto para todos os homens, além de ser citada como sujinha que não tomava banho e não usava tampões higiênicos (vulgo OB). Assim, fiquei muito curiosa a ponto de querer ler outras obras que talvez me façam ver algumas qualidades da musa sedutora de presidentes inauguradora da sensualidade.
Quando falo da Maysa, você logo deve deduzir: "Ah, ela virou fã só por causa da minissérie!". E eu te digo: "Exatamente!" E ainda mais: é a imagem da atriz Larissa Maciel que me vem à cabeça quando ouço O barquinho e não da verdadeira!
Porém, o que me encantou parece ser comum à personagem e à ex-Matarazzo: a arrogante dissimulação. Não acho que seja uma pessoa admirável, afinal era bem malvadinha com quem lhe fazia bem. O que me intriga é como conseguia cativar tanta gente sendo tão arrogante.
Para mim, a minissérie que já vi e revi chega a ser uma comédia. Me divirto pra valer com as frases célebres como: "Vocês vão ou não vão fazer silêncio?". De tempos em tempos, no meio de tanta porcaria dita, saía alguma poesia: "Eu sempre estou indo e vindo, mais indo do que vindo, mas nunca no mesmo lugar." Gordinha ou não, ela fazia sucesso! E pelo jeito era isso que importava.
Na época da exibição da minissérie, incorporei o espírito da coisa e minha mãe chegou até a me apelidar de Maysinha (sim, sou bem influenciável pela mídia). Digo isso pra provar uma frase dita por ela mesma (Maysa, não minha mãe!) e que afirma a minha conclusão de que é dos podres que a gente gosta mais. Com vocês, Maysa: "A desgraça é muito atraente. A desgraça dos outros, é claro!"
Grata pela atenção.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Amar é preciso. Dizer não é preciso.

Esse de certo é um assunto por muitos já conhecido. Confesso desde já que minha intenção não é inovar ou expor um argumento novo. Comunidades de um tal site de relacionamento (vulgo Orkut) como "Te amo não é bom dia" já provaram que o excesso de demonstração de amor irrita muitos. O amor é bonito e necessário. Só não consigo entender o porquê de tantas declarações.
Vejo hoje milhares de pessoas gastando seu amor por aí. Com a internet e a modinha das redes sociais (ninguém resiste ao termo!), a situação ficou ainda mais grave. Ninguém pode postar uma foto sem que receba um comentário do tipo "Te amo, monstrinho da minha vida". Antigamente, esse apelidos banais era restritos a casais de namorados. Agora todo grupo de amigos, mesmo que pouco íntimos, se apodera de todos as palavras fofinhas e irônicas do mundo para nomear os outros.
Desculpem- me se pareço revoltada. Gosto de declarações. Afinal, elas são essenciais e nos fazem sentir bem. Mas outro dia, a irmãzinha de uma amiga me deixou um depoimento no Orkut dizendo que me amava. Eu, para não ser arrogante, aceitei e fiquei a refletir: será que ela realmente me ama a ponto de declarar a "toda sociedade" ou foi só um momento de empolgação?
Acredito que meus melhores amigos são aqueles a quem menos fiz declarações. Jamais precisamos dizer uns aos outros o quão especiais somos para ter certeza do sentimento. Me parece que essas coisas são mais intensas quando não ditas. Quando ditas, sinto que deve-se fazê-lo com magnificência, apesar do exagero de adjetivos, como fez Guimarães Rosa ao declarar-se à sua amada:
"Antes e depois, beijar longamente a tua boquinha. Essa tua boca sensual e perversamente bonita, expressiva, quente, sabida, sabidíssima, suavíssima, ousada, ávida, requintada, "rafinierte", gulosa, pecadora, especialista, perfumada, gostosa, tão gostosa como você toda inteira, meu anjo de Aracy bonita, muito minha, dona do meu coração." ou ainda "Seriam duas alegrias enormes a chegada de Ara (Aracy, a amada) e a chegada de Sagarana ( a obra mesmo). Mas, em caso de perigo, joga fora o Sagarana e venha só a Ara, que é trezentas bilhões de vezes mais importante para mim."
Para finalizar e fazer deste um post de citações para mim gloriosas , sinto-me livre para dividir com vocês as sábias palavras de Padre Antônio Vieira no Sermão do Mandato que achei em algum lugar por aí:
"As causas excessivamente intensas produzem efeitos contrários. A dor faz gritas, mas se é excessiva, faz emudecer; a luz faz ver, mas se é excessiva, cega; a alegria alenta e vivifica, mas se é excessiva, mata. Assim, o amor, naturalmente une, mas se é excessivo, divide."
Grata pela atenção.