segunda-feira, 19 de abril de 2010

Não acredito que errado é aquele que fala correto e não vive o que diz

Muito arrependida do descaso da últimas semanas, retomo hoje o relato de minhas indignações e questionamentos. Toda essa ausência foi causada pela tão aclamada falta de tempo livre para fazer as coisas que mais me agradam, como aqui escrever. Não quero ser irônica. Num dia como hoje, em que tudo voltou ao normal, posso perceber como é boa a sensação de ter milhares de responsabilidades e prazos a cumprir. Me sinto útil e adulta. Porém, não mais me estenderei nesse assunto, pois não é o que pretendo expor neste momento (quem sabe mais tarde!).
Quem bem me conhece, tem consciência da minha (quase) obsessão pela forma culta da gramática. Antes de tudo, considero importante frisar o fato de que seria muita ambição de minha parte declarar que, como redatora dos textos que aqui se encontram, jamais pequei. Sei que são constantes as ocasiões em que machuco a Língua (principalmente quando tento arranjar as vírgulas, repare!), mas meu intuito é jamais assassiná-la. Apesar do enorme mal-estar que toma conta de meu corpo, aceito, com alguma relutância e teimosia, reclamações e correções, porque, afinal, errar é humano. (Note o excesso de vírgulas!)
Minha história é, ao meu ver, trágica. Durante anos de colégio, me fizeram acreditar que falhar no momento da escrita era o oitavo dos pecados capitais. Então, quando comecei a cursar o tão almejado curso na área de COMUNICAÇÃO, uma grande decepção acompanhou minha conquista. Por mais de uma vez, professores tentaram me convencer de que o importante não é a forma e sim, o conteúdo. Em outras palavras, escrevam do jeito que bem entenderem desde que alguém o entenda! (Para bom entendedor, meia palavra basta?) Fiquei chocada! Como poderia desprezar anos e anos de estudo da gramática?
Tenho que assumir, e sei que faço isso em nome de muitos, meu preconceito lingüistico. Julgo frequentemente as pessoas pela maneira como falam. Um simples "asterístico" já me deixa bem desconfiada. Um "menas" me deprime. Um "pra mim fazer", então, pode abalar uma amizade de anos (tá, exagerei!). Caros (?) mestres e professores, acredito que se há um conjunto de regras e a ele temos contato, estamos sujeitos e quase obrigados a seguí-lo. Sem mais.
É claro que nem todos têm a oportunidade do contato e essas pessoas sim têm o direito ao meu perdão (Quanta ambição!). Não digo que não as julgarei, mas acho que posso entendê-las. E não venha você me dizer que não classifica intelectualmente as pessoas pelo nível de sua fala. Por mim, letrados e principalmente, professores de cursos superiores não podem, em hipotése alguma, cometer erros famosos como "adevogado".
Há também aqueles (grandes pecadores) que utilizam como justificativa para seus erros gramaticais na escrita a pressa. Sim, ela é inimiga da perfeição. Mas acredito que uma vez que se sabe escrever da maneira correta, a velocidade do ato não muito importará. Deixe de ser cara-de-pau e assuma que não sabe como escrever ASSUMIR. Aquele "açuma" que apareceu no seu recado do Orkut (vulgo Site de relacionamento) não é culpa da pressa!
Sei que pareci rude e chata. Chata, eu sou. Rude, depende do dia. É interessantíssima a variedade de formas de falar e escrever que temos na nossa cultura (não gosto de escrever cultura ou sociedade, me fazem lembrar redações nacionalistas do primário). Mas gosto da sensação de massagem que um bom português causa aos ouvidos.
Agradecimentos especiais ao meu irmão que me ensinou a falar "pra eu fazer", aos meus amigos que aderiram à causa, ao dicionário, às professoras do colégio e ao meu Paixão, porque sim, prefiro os namorados pai-dos-burros ambulantes senhores das notas de roda-pé que escrevem melhor do que eu.
Grata pela atenção.

sábado, 3 de abril de 2010

Consideramos justa toda forma de amor.

O título desse post já diz tudo. Quero mostrar-lhes que acho justa e válida toda e qualquer forma de amor. Peço, antes de mais nada, que não confundam forma com demonstração. Tapas e beijos, mordidas e abraços são demonstrações de amor. E toda demonstração do tipo é também válida. Porém, pelo fato disso ser mais do que óbvio, não é o que pretendo aqui expor.
É importante deixar claro que não pretendo aqui defender atos promíscuos ou mesmo a poligamia que nossa sociedade tanto estranha. Espero que, acima de tudo e assim como eu, percebam que talvez o mais importante seja o amor. Ele não me parece ter limites. E acredito que seja muito comum querer amar sem mesmo perceber. Em breve, me explicarei melhor.
Imagine jovens numa balada. Eles saem com a intenção de beijar mais de um garoto ou garota e é isso que acaba acontecendo. Pensa-se normalmente que não houve amor nesses acontecimentos. Mas acredito que em qualquer tentativa de se relacionar com uma outra pessoa, o amor está presente. O beijo ou o abraço por mais insensíveis que possam ser ainda são de longe as mais conhecidas demonstrações de amor e afeto. Para mim, é bonita a maneira como alguém pode amar uma pessoa e na mesma noite, amar outra sem nenhuma chance para o sofrimento. Oferecer uma pequena quantia de todo seu amor para cada pessoa é, no mínimo, um gesto nobre.
De forma alguma, me refiro somente a um dos sexos. Creio que homens e mulheres têm o mesmo direito e dever de distribuir seu amor da maneira que bem entender. Muito me irritam mulheres que vivem reclamando dos homens. Dizendo que são todos iguais ou que não prestam. São só frustradas que não souberam aproveitar o amor que eles têm a nos dar, mesmo que em pequenas porções. Minha teoria sobre a distribuição do amor é válida tanto pra eles como pra elas. Ame quem você quiser e como você quiser. Certamente, isso só te trará benefícios.
As pessoas estão cada dia mais amorosas e sem medo de demonstrar o que sentem. Pense que há anos atrás cumprimentar alguém com beijinhos no rosto era um absurdo. Será que daqui a um tempo, acharemos normal saudações como beijos na boca? Isso me intriga e me preocupa.
Aí você deve estar se perguntando se eu defendo atos como a traição? Primeiramente, gostaria de não me referir a envolvimentos fora do acordo entre casais como traições. Você traí um amigo, um parceiro, um marido ou esposa, talvez. Mas não se traí o namorado uma vez que nenhum papel foi assinado dizendo que vocês têm compromissos diante da lei. Traição é uma palavra muito forte e que não convém a tal caso.
Acredito que quando se namora alguém, assume-se um compromisso informal pelo simples fato da ocorrência do amor com a esperança de que seu amado não se relacione com outra pessoa da mesma maneira que se relaciona com você. Não há nada além da consideração decorrente do amor que impeça-o de relacionar-se com outra pessoa. Mas isso poderia causar dor e a dor certamente não combina com o amor. Caramba, que confusão! Eu simplesmente quis dizer que não é uma forma de amor agir de maneira que não agrade alguém que você se propôs a amar. Se não pode, não se proponha.
Não poderei deixar de citar o filme Vicky Cristina Barcelona que narra a história de um homem que ama e convive com duas mulheres ao mesmo tempo. A relação é tão bonita e o amor é tão grande e contagiante que elas acabam se relacionando também e os três experienciam algo bem incomum. Vale a pena conferir. Fica a dica.
Grata pela atenção.