domingo, 16 de maio de 2010

Os meus amigos morreram de overdose. E os meus inimigos estão no poder.

Nada inovador é o tema que hoje aqui abordarei. Venho falar sobre a velha e boa amizade e posso dizer que me sinto particularmente afortunada por ter amizades como as que tenho. Sei que meus amigos são pessoas especiais, mas, mais do que isso, tenho de agradecer pela nossa relação. Eles são amigos de muitas pessoas e eu mesma tenho outros amigos. Porém, carinho como o qual eu sinto por alguns em especial é um grande presente. Vejo que algumas pessoas têm milhares de amigos e sentem intensidade na relação. Eu acredito que tudo que é muito intenso enormes chances de ser passageiro tem.
Gosto de dizer que os melhores amigos são sempre os homens e isso é fato. Tenho amigas maravilhosas e sinto por elas o mesmo que sinto pelos amigos. Mas pude notar que atualmente tenho facilidade em fazer amizade com homens e o motivo seja talvez desconhecido. Os amigOs me parecem mais sinceros e podem nos acrescentar muito conhecimento quando o assunto é paquera, azaração e relacionamentos amorosos em geral.
Não sou adepta do pensamento de que amizade entre homem e mulher sempre acaba em beijos e abraços. Posso não ser a pessoa mais indicada para falar, pois minha melhor amizade com um homem resultou em namoro. Entretanto, creio que amizades que geram frutos como esse são diferentes desde o início. O que me deixa muito grata e me faz perceber a sinceridade da amizade é a maneira como meus amigos me tratam. Eles agem como se eu fosse só mais um menino, sem tensões e censuras.
Entre meus amigos e amigas, me sinto extremamente a vontade. Temos uma intimidade natural que se desenvolveu durante os anos de relacionamento e confissões. E isso é facilmente percebido pelo consequente contato físico constante. Alguns vindos de fora estranham e mal interpretam as mãos nos cabelos e as mordidas nos dedões. Não posso deixar de citar também os deliciosos momentos comuns a todo grupo de amigos em que acontecimentos antigos são lembrados e milhares de sensações boas passam pela cabeça de cada um.
Muitas vezes fico pensando no futuro. Quando formos adultos casados e workaholics, ainda sentiremos aquela sensação gostosa quando todos cantam aquela nossa música? Esposas e maridos provavelmente serão fatores influentes e ficaremos inibidos de declarar nossos sentimentos por aquelas pessoas tão ex-íntimas. Além disso, seremos (ou não) pessoas sérias que desejarão passar uma imagem de trabalhadores e ricos. Para isso, nossos assuntos terão de ser chatos e a maneira como nos tratamos formal.
Li uma vez no perfil de alguém num site de relacionamento (vulgo Orkut) o seguinte texto e fiquei me questionando se é assim que toda amizade acaba. Será que elas podem ser sinceras para sempre? Adaptações são realmente necessárias?
"Um dia a maioria de nós irá se separar. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos. Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, (quero aqui acrescentar os momentos em que não tínhamos nada para fazer e mesmo assim estávamos juntos), enfim, do companheirismo vivido.
Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre. Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve. cada um vai para o seu lado, seja pelo destino ou por algum desentendimento, segue a sua vida. Talvez continuaremos a nos encontrar quem sabe nos emails trocados. Podemos nos telefonar, conversar algumas bobagens. Aí os dias vão passar, os meses e anos também. E esse contato se tornará cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo. Aí um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e nos perguntarão quem são aquelas pessoas. Diremos que eram nossos amigos. E isso vai doer tanto."
Grata pela atenção.

domingo, 9 de maio de 2010

Por que bonita se coxa, por que coxa se bonita?

Sinto que durante meus últimos posts, tenho mostrado meu lado obscuro e mal humorado. Na tentativa de ser polêmica, acabo expondo-me como alguém ranheta e impertinente. Porém, acredito que hoje ganharei muitos adeptos à minha teoria.
A idade e a consequente sensibilidade crítica fazem com que certas coisas não mais passem despercebidas sob meu olhar. O que vem me incomodando ultimamente é o desleixo de algumas mulheres quanto à aparência. Minhas amigas sabem como posso ser chata e insistente quando deixam de valorizar o cabelo e optam pelo famoso rabo-de-cavalo mal feito. Mas a maioria delas é jovem e bonita, portanto, perdoada.
O que de fato me traz indignação são aquelas que, em qualquer ocasião e a qualquer hora do dia, estão mal arrumadas. Aquelas que transmitem a sensação de "oi, acordei, levantei e estou aqui". As pessoas não têm culpa de serem desprovidas de beleza, mas cuidado com a aparência é o que todo homem (e mulher) espera de uma mulher. A falta da beleza pode perfeitamente ser corrigida com alguns toques especiais.
Não aceito desculpas como: "Já sou casada e bem amada, não mais preciso me preocupar com a aparência!" ou "Sou feia mesmo, não há nada que me ajude."
Amiga, ainda há esperanças! Quantas vezes vocês não ouviram falar: "A fulana é feinha, mas muito elegante." Como experiência própria, posso dizer que, após muitos conselhos de um amigo (Créditos ao Marcellinho), decidi me cuidar e assim me tornei mais feliz (depoimento como aqueles de revistas baratas).
Não digo, porém, que todas devam se vestir e emperequetar do mesmo modo que faço. Os que me conhecem sabem que tenho algumas obsessões como não vestir havaianas (vulgo sandálias de tiras) para ir à faculdade. Há também quem diga que acho tudo brega.
Apenas acredito que toda mulher pode ter sua beleza (mesmo que interior) valorizada. Cuidado com cabelos e roupas que lhe caem bem fazem sim toda a diferença. Por que esquecer daquilo que pode lhe render um elogio e uma ajudinha à auto-estima? Quem não quer se sentir como a suposta Alice Ayres na última cena do filme Closer?
Quero vê-las felizes e não mais me aborrecer com tamanho desleixo.
Vamos, mulheres, trazer a revolução a todas!
Grata pela atenção.

sábado, 1 de maio de 2010

It's been a hard day's night and I've been working like a dog

Muito satisfeita com a leve polêmica gerada pelo último post, venho aqui hoje expor algo que de certo não agradará a maioria dos leitores. Muitos tentam me convencer de que a opinião que hoje relatarei é fruto de uma experiência de vida traumática. Apesar de concordar um pouco, ainda prefiro manter-me fria e insensível quando o assunto é cachorro.
Como devem ter imaginado, eu nunca tive um. Apesar da insistência comum a todas as crianças (Pai, me dá um cachorro?), minha relação com animais de estimação se limitou aos cachorrinhos de colegas, passarinhos fujões, pintinhos prendas de festas juninas embalados em pardos sacos de pão e peixes que não duravam mais de uma semana (mesmo com todo aquele esforço de soprar constantemente o canudinho no aquário). Devo aqui agradecer especialmente a amigas que puderam me proporcionar o convívio mais íntimo com os animais e que assim, ajudaram-me no processo de perder o medo de criaturas tão estranhas. Não posso deixar que meus leitores se confundam e pensem que meu desapego a animais é causado pelo medo que sinto. Essa fase já passou. Hoje predomina a indiferença.
Certamente, me chamarão de insensível. Quem sabe? Porém, é importante deixar claro que não sou a favor de maltratos, uma vez que cachorros e afins são seres vivos e podem ser meigos e cativantes, principalmente na casa dos outros (não na minha).
Não espero aqui convencer ninguém hoje. Mas tenho esperanças de que concordem pelo menos com algum dos pontos que irei citar. Para mim, existem muito mais prejuízos do que benefícios relacionados a "aquisição" de um melhor amigo canino.
Penso que o dinheiro gasto com pet shops, rações, biscoitinhos, hotéis para cachorros(???) e mimos em geral poderia muito bem ser usado para bancar aquela despesa com professores particulares para os filhos, comprar um carro com ar-condicionado, carregar o bilhete-único ou mesmo para comprar aquele lindo par de sapatos pelo qual você se apaixonou. Há também toda a dor de cabeça gerada pelos cocôs que mancham tapetes, visitas com aversão aos animais, portões anti-fuga canina e pelo cheiro ruim que deixam apesar de banhos semanais ou diários. Além disso, cadelas no cio sujam a casa e cachorros tarados causam enormes constrangimentos.
Dizem que o cão é o melhor amigo do homem. No entanto, acredito eu que você, leitor e dono de um cachorro, quando questionado nunca deixa de responder que seu melhor amigo é o Fulano para dizer que é seu animalzinho de estimação. Não me importo mais com direitos dos cachorros do que com direitos das pessoas. Ver crianças na rua me comove muito mais do que saber que um cãozinho foi abandonado pelos seus donos. Isso tudo porque pessoas são bilhões de vezes mais interessantes do que cachorros.
Grata pela atenção.